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Preces para chover (27/09/2021)

No dia 30 de outubro de 2017 o cardeal Manuel Clemente dirigiu aos seus diocesanos uma mensagem que adiante se transcreve, pedindo que recitassem preces para que chovesse, pois se atravessava uma longa seca.

Trata-se de uma peça maravilhosa, de verdadeiro encantamento, a mensagem que o cardeal Clemente sugere que se reze.

Ora vejam se não é uma primícia de mensagem, de confiança em DEUS, em Jesus Cristo e no Espírito Santo.

Estou tão deleitado ao ler tal peça que vou pô-la em realce para vos oferecer.

Leiam:


Deus do universo, em quem vivemos, nos movemos e existimos, concedei-nos a chuva necessária, para que, ajudados pelos bens da terra, aspiremos com mais confiança aos bens do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.”


Releiam.

Releiam uma vez mais.

E digam-me agora se não é um sentido de apelo ao ALÉM, com capacidade para trespassar o espaço, as nuvens, os ventos, o universo, para ser recetivado, pelos seus celestes destinatários com a força de uma cunha poderosa – cunha de Cardeal -, para ser atendida, tanto mais que esta celestial oração foi repercutida pelos “irmãos sacerdotes do patriarcado de Lisboa…quando a liturgia diária o permitir”.

Na verdade, esta mensagem durante a missa teve o dom de atingir o cerne dos donos do universo que se tornaram vulneráveis ao cardinalício pedido.

E tanto assim que, ó incréus, a mensagem não só foi recebida, com atendida e deferida.

E choveu.

Comentário

Pena foi que o Cardeal Clemente, não tenha dirigido tal pedido aos céus um mês antes, pois acudia a muita cultura e a muito prejuízo e teria impedido seguramente esta prolongada e sofrida seca. Prudência e sabedoria!...

Mas vale mais tarde do que nunca!


Zérrio


Transcrição da mensagem


“Caros diocesanos

O nosso país tem sofrido este ano uma prolongada seca, que muito afeta o ambiente e as culturas. Os incêndios extremamente gravosos, com grande número de vítimas mortais e de feridos, além de muitos danos materiais e prejuízos económicos e sociais, que é urgente colmatar. Toda a solidariedade é devida a quem sofreu, toda a intervenção estatal e social é absolutamente prioritária.

A realidade, também a natural e meteorológica, tem vários níveis de compreensão, que podem e devem convergir. À ciência compete a primeira explicação, a partir da observação e interpretação correta dos fenómenos. Daqui se tiram conclusões para bem gerir e melhor prevenir os factos naturais.

Mas a natureza admite ainda interrogações mais profundas, que sondem o sentido último das coisas, para além do seu mero acontecer. Para um crente, a natureza é propriamente “criação”, dom inicial e permanente de Deus Criador. Na tradição bíblica, esse dom é confiado à humanidade, para que o administre com gratidão e corresponsabilidade. Os cristãos encontram nas palavras e atitudes de Jesus Cristo a luz e o estímulo para de tudo cuidarem e tudo recuperarem quando é caso disso. Quando se aproximava de algo ou alguém, Jesus transmitia sempre a vida recebida de Deus Pai e assim mesmo fazia e refazia tudo em seu redor. É o que assinalam as suas curas físicas e espirituais, chegando mesmo a acalmar tempestades.

Nos dois milénios que o cristianismo já leva, esta atitude de Cristo repercutiu-se em muitos factos confirmados da vida dos santos, que com Ele estiveram inteiramente do lado de Deus para refazerem vidas, com repercussões felizes na própria natureza. Na verdade, respeitando os vários níveis e qualidades dos seres, tudo tem origem divina e com Deus se pode e deve manter e melhorar.

É este o sentido da oração, pedindo a Deus o que Ele mesmo nos que dar, em absoluta coincidência de vontade. O Missal Romano inclui orações por necessidades de vária ordem, também no que à natureza se refere. Na presente situação, proponho aos irmãos sacerdotes do Patriarcado de Lisboa que, quando a Liturgia diária o permita, celebrem a Missa para Diversas Necessidade, com a prevista Oração Coleta: “Deus do universo, em quem vivemos, nos movemos e existimos, concedei-nos a chuva necessária, para que, ajudados pelos bens da terra, aspiremos com mais confiança aos bens do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo”. Além disso, pode-se sempre juntar idêntica intenção na Oração Universal.

Com a oração insistente, mais coincidiremos com a vontade de Deus, que conta sempre com a nossa corresponsabilidade.

Como disse Santo Afonso e o nosso Padre Cruz tanto repetia, “quem quer o que Deus quer, tem tudo quanto quer”.


Lisboa, 30 de outubro de 2017

+ Manuel, Cardeal-Patriarca”

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