Os insultos e as ameaças ao Vice-almirante Henrique Gouveia e Melo |
Os insultos e as ameaças ao Dr. Ferro Rodrigues segunda figura da República |
O comportamento de um Juiz negacionista, suspenso de funções |
Nos últimos dias assistimos, através da televisão, a várias manifestações de grupos ou pessoas ditas negacionistas (negacionistas da pandemia da covid- 19 e da necessidade de vacinação).
Trata-se de grupos que se organizam e que aparecem em locais a manifestarem-se de forma ruidosa, insultuosa e ameaçadora contra os alvos que selecionam.
O primeiro caso que os meios de comunicação nos trouxeram foi a manifestação desses jaezes visando o contra Vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.
Insultaram-no de forma soez, lançaram-se a ele de forma ameaçadora quando este se dirigia ao centro de vacinação de Odivelas.
Militar prestigiado e corajoso, recusou-se a entrar ou sair pelas portas laterais e passou pelo meio desses energúmenos com altivez e serenidade de quem não tem medo de nada. Está firme na missão que assumiu com grande êxito da vacinação contra a covid-19.
No domingo seguinte a vítima escolhida por tais facínoras foi o Dr. Ferro Rodrigues quando este almoçava num restaurante de Lisboa após as cerimónias fúnebres nas quais participava.
Ouvi claramente chamarem-no de assassino, de pedófilo e outros insultos de igual jaez.
As pessoas que participaram nesta inqualificável manifestação de ódio irracional são perfeitamente identificáveis, porquanto grande parte delas ficaram com as suas imagens gravadas nos vídeos das televisões, mormente a CMTV onde assisti pela primeira vez a tais cenas.
Havia uma manifestante que gritava através do seu megafone os insultos que atrás referi.
Mas além destas muitas outras ficaram filmadas.
Já na rua e quando se dirigia para o automóvel tais facínoras só não agrediram o Dr. Ferro Rodrigues porque a segurança o evitou.
Com a sua emblemática bonomia conseguiu entrar no carro e sair dali.
O terceiro episódio foi reiteradamente transmitido pelas televisões, onde nos mostram o Juiz negacionista, suspenso das suas funções pelo Conselho Superior da Magistratura e que naquele dia se dirigia precisamente a este órgão superior da estrutura judiciária para ser ouvido.
Cá fora tinha uma multidão de adeptos igualmente sem máscara e provocando a intervenção das autoridades que mantiveram uma serenidade exemplar.
O Juiz é que deu a cara e desafiou com várias expressões e ameaças os agentes policiais que ali se encontravam para manter a ordem.
Foi uma verdadeira vergonha.
Estamos certos que o Conselho Superior da Magistratura não vai deixar de aplicar a tal cavalheiro a pena disciplinar máxima que a lei lhe permite, perante tão graves comportamentos como aqueles que o têm caracterizado.
Estes grupelhos dizem que protestam contra a aplicação da vacina.
Porém a vacinação não é obrigatória!
Só se vacina quem quer!
Seria curioso averiguar-se se os mesmo ou assinalavelmente parte dos mesmos foi ou não voluntariamente vacinar-se.
Acho, porém, que seria interessante fazer tal averiguação.
Na nossa convicção tais manifestações são o prelúdio ou ensaio para outros decatos de maior vulto.
Foi o que aconteceu na primeira República quando a direita se manifestava de forma violenta e produzia e ataques para destabilizar e intimidar a sociedade, até à instalação da ditadura.
Foram manifestações ruidosas como esta, no Chile, na Argentina e no Brasil, precederam as ditaduras militares que se seguiram respetivamente dos generais de Castelo Branco e de Vilela.
As ditaduras servem-se normalmente deste tipo de comportamentos devidamente organizados para depois justificarem a subida ao poder do regime autoritário que promete a paz ou de generais que, por má formação e ignorância política, se armam em governantes à força, totalitários e sem qualquer legitimidade.
Podemos estar perante um fenómeno semelhante, tanto mais que tais manifestações, como se disse, não têm vista defender seja o que for, pois só se vacina quem quer.
Chega de comportamentos antissociais como estes, chega de tolerância, chega de liberdade para aqueles que querem tirar a liberdade a todos.
É tempo de agir.
É tempo de agir contra os que pretendem subverter a relação pacífica e democrática entre todos os portugueses.
Zérrio
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