top of page

Confias na Justiça? (29/09/2021)

Vamos hoje fazer um pequeno inquérito para avaliar em que medida os portugueses confiam na Justiça.

Uns responderão que sim, outros que não e por isso vamos tirar as coisas a limpo:


- Sr. João Rendeiro, confia na Justiça?

R: Desconfio e confio.

- Como desconfia e confia?

R: Desconfio porque me aplicou sucessivas penas de prisão injustamente, sendo eu um administrador bancário sério e que nunca cometeu qualquer crime.

Mas confio porque a Justiça, depois de me ter condenado injustamente, reparou os erros cometidos, deixando-me sair do pais com tranquilidade e legalmente, o que me permite ir agora cumprir a minha pena de prisão numa ilha paradisíaca.


- Sr. Ricardo Espírito Santo, confia na Justiça?

R: Confio, até ver.

- Como?

R: Até hoje tenho acompanhado tranquilamente o desenrolar dos processos em que sou arguido, sem qualquer sobressalto.

Não me proibiram a ida de férias à Sardenha para recuperar da doença de Alzheimer de que padeço.

Por outro lado, aguardo confiadamente o arquivamento, por prescrição, dos processos em que sou arguido.


- Sr. Luís Filipe Vieira, confia na Justiça?

R: Sim, confio plenamente.

Aliás agradeço-lhe o contributo por me ter livrado da fornalha do Benfica e quanto a processos está tudo sobre controle.


- Sr. Pinto da Costa, confia na Justiça?

R: Claro que confio, não só na Justiça dos homens, mas especialmente na Justiça Divina.


- Sr. Advogado, confia na Justiça?

R: Eu confio (nem posso dizer outra coisa pois de outro modo os meus clientes podem sair prejudicados).


- Sr.ª Procuradora Geral da República, confia na Justiça?

R: Tenho de confiar, até que me chegue alguma queixa em contrário.


- Sr.ª Provedora de Justiça, confia na Justiça?

R: Claro que confio, pois, caso contrário, não era sua provedora.


- Sr. Presidente do Conselho Superior de Magistratura, confia na Justiça?

R: Sim, confio; aliás os Juízes portugueses são todos bons ou muito bons.


- Sr. Pilha Galinhas, confia na Justiça?

R: Não; mas a Justiça, também não confia em mim, pois condenou-me por eu roubar galinhas, mas eu só roubei dois galos e três codornizes.


Com estas solenes declarações de confiança na Justiça, em que a única exceção é de um pequeno ratoneiro, como é possível alguém atrever-se a duvidar da Justiça que temos?


Zérrio

23 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
Post: Blog2_Post
bottom of page